Anda descontando tudo na comida? Saiba identificar a fome emocional
É fato: comer é um dos maiores prazeres da vida. Por isso, é bastante comum –especialmente nos períodos estressantes– presentearmos a nós mesmos com comida. "Hoje eu mereço", é a frase que falamos degustando uma taça de vinho com uma bela e suculenta pizza depois de um dia estressante.
Não é errado nem pecado sentir prazer ao comer. Afinal, isso faz parte da natureza humana desde os nossos ancestrais. O problema é quando se torna uma válvula de escape, fazendo com que a comilança seja a única forma de amenizar qualquer crise –das grandes às passageiras.
Está triste? Come. Ansioso? Come. Estressado? Come. Feliz? Come também.
Este é o famoso comer emocional, que distorce a relação das pessoas com a comida e as faz engordar, porque estão comendo sem fome física e buscando na comida um alívio passageiro para os problemas. Mas comer deveria ser motivo para recarregar as baterias com paz e alegria, e não um ato automático para afogarmos nossas mágoas.
Para saber administrar melhor estes sentimentos e angústias ligadas à comida, vou listar os tipos de fome mais comuns (sim, existem muitos!). Conhecendo um pouco mais sobre elas, você poderá comer com mais qualidade, porque estará mais consciente sobre o seu corpo.
1. Fome física: essa você deve conhece bem!
Essa é a fome do corpo, que se manifesta por meio de vazio no estômago, dor de cabeça, tontura e/ou irritação. É o seu corpo dizendo que precisa de mais combustível para continuar trabalhando.
Se você sente este sinal, ótimo! Está conseguindo se escutar. Muita gente anda tão atarefada que mal percebe o sinal da fome chegando, e, às vezes, passa o dia todo adiando a hora de comer. Isso não faz bem! Procure prestar mais atenção a esses sinais e coma regularmente e quando sentir fome. Assim, você evita comer exageradamente depois de um longo período de jejum.
2. Fome psicológica: vontade? Fome social? Ou fome emocional?
A fome psicológica se refere às motivações que nos levam a comer e nada tem a ver com necessidades fisiológicas. Elas estão ligadas, sim, ao nosso estado mental. Entenda melhor as três mais comuns.
Vontade
Você acaba de almoçar "bonitinho": prato diversificado com bastante comida de verdade. Vai pagar e o é que tem no caixa? Um monte de doce. Você olha pra um bombom, mas resiste. Não quer "estragar" a dieta. O que vai acontecer? Vai pensar no bendito bombom à tarde toda.
Isso é o que chamamos de "vontade", que é o desejo de comer alguma coisa, mesmo estando sem fome. Minha dica é: deu vontade? Satisfaça-a. Porque vontade não assumida pode virar compulsão.
Claro que é preciso ter bom senso, mas ficar resistindo tanto não é legal. Quando finalmente resolver comer, vai ser de forma exagerada. Então que tal experimentar uma porção pequena, degustando devagar, com prazer e sem culpa?
Fome social
A fome social surge em momentos de confraternização. Afinal, desde que o mundo é mundo o ser humano celebra em torno da comida! Nestas situações, ainda que não esteja com fome, você vai comer.
Vai beliscar, entre uma conversa e outra, e talvez exagerar um pouco, comendo além da sua fome física. Tudo bem também! Exageros ocasionais são bem administrados pelo corpo – desde que não virem rotina.
Seria interessante pelo menos estar consciente das suas necessidades para não extrapolar tanto. Claro que ninguém merece ir para uma festa e ficar contando calorias. Mas não precisa comer com gula, com pressa. Esteja mais consciente e menos distraído!
Fome emocional
A fome emocional é a mais complexa e também a que mais distorce a relação com a comida e reflete na balança. É aquela em que a pessoa busca refúgio nos alimentos para tentar resolver a ansiedade, cansaço, tristeza, etc. Não há fome, nem vontade, somente uma necessidade de comer alguma coisa para tentar fugir de algo que está abalando o estado emocional.
A fome emocional tem tudo a ver com o contexto da pessoa: se está infeliz em algum relacionamento; desanimada com a vida profissional; enfrentando algum problema pessoal com alguém muito próximo; lutando contra uma rotina muito cansativa…enfim, existem mil fatores que podem nos desestruturar emocionalmente.
Nestes momentos, é comum buscar alimentos ricos em açúcar e gordura, porque essa combinação agrada ao cérebro. Não é à toa que ninguém se empanturra de brócolis quando está buscando se recompensar com comida. Por outro lado, sorvete ou chocolate trazem um alívio imediato. Mas não resolvem os problemas.
Para quebrar este ciclo, a melhor alternativa é buscar a raiz deste desconforto emocional e mudar hábitos, buscando outras fontes de recompensa e ferramentas para lidar com as emoções. Busque ajuda profissional se sentir que não está conseguindo sozinho!
Vale procurar prazer em outras coisas que não sejam comida. Encontrar um amigo, correr, dançar, ler um bom livro, tomar um banho quente, namorar, ouvir música, passear com o cachorro, observar a natureza, viajar. Comer é bom, mas existem milhares de outras coisas prazerosas nesse mundo!
Tenha uma relação mais tranquila com a comida, sem comer para aliviar tensões, mas sim, por prazer e com consciência. Faça as pazes com a comida e diminua a sua fome emocional.
Bon appétit!
Sophie Deram
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