Vive de dieta? Veja 5 equívocos que você deve deixar de acreditar
De quem é a culpa? Essa é a pergunta que a maior parte das pessoas se faz quando quer emagrecer. Geralmente, este questionamento acontece após uma breve análise da rotina alimentar. Será que estou comendo muito pão? Deveria cortar o doce? Ou seria o refrigerante?
Estamos sempre em busca do tal "vilão" que possa vir a atrapalhar nosso processo de emagrecimento. E essa ansiedade é reforçada por conta da cultura das dietas que vive lançando modas sobre o que é certo ou errado na área da alimentação.
Esses modismos geram dinheiro, por isso, tenha certeza que eles continuarão existindo. Mas faça a sua parte: desconfie! O ideal é buscar uma alimentação sem terrorismo nutricional e tentando comer respeitando as suas sensações de fome ou vontade, e não por motivos emocionais.
Com toda informação que temos sobre alimentação, ainda existem crenças que assustam ou confundem as pessoas. Listei os cinco que mais comuns. Confira!
- Obesidade é somente culpa da genética
"Vim de uma família de obesos, então vou ser obeso para sempre". Não! Antigamente esse tipo de pensamento era muito comum. Mas o avanço dos estudos na área da nutrigenômica, ciência que estuda a forma como os alimentos se relacionam com nossos genes, nos mostram que é possível sim evitar e até reverter esse quadro.
Claro que a predisposição genética existe, mas já está mais do que provado que é o meio ambiente que vai influenciá-la E isso tem tudo a ver com o nosso contexto de vida, levando em conta fatores como exposição à poluição, sedentarismo, estresse, qualidade do sono…e, claro, a qualidade da nossa alimentação! Ou seja: sua genética não é seu destino.
- Açúcar vicia
O hábito de comer muito doce realmente pode levar a uma certa dependência: quanto mais a pessoa come, mais quer. Mas isso não quer dizer que o açúcar é como uma droga. Na verdade, tem mais a ver com hábitos e com o comer transtornado.
Chocolate, bolo e sorvete são coisas que fazem parte da vida, e não podem ser considerados culpados pela crise de excesso de peso que estamos enfrentando. No entanto, é nítido que estamos consumindo açúcar demais no Brasil. Então, o ideal é tentar reeducar e diminuir o paladar doce, de forma gradual, para que esse consumo seja cada vez menor.
E também é preciso entender que a vontade exagerada de doce pode estar associada a outros fatores, como dietas restritivas demais, TPM, o hábito de comer por motivos emocionais ou até um transtorno alimentar como a compulsão. Mais uma vez: a culpa não é do açúcar, mas sim, da forma como as pessoas se relacionam com ele.
- Precisa comer de três em três horas
Esse talvez seja um dos mitos mais antigos da área da nutrição. Foi amplamente propagado pela mídia, e muita gente se obrigou por muito tempo a seguir, mesmo a contragosto.
Embora não exista comprovação científica que justifique essa regra, a explicação estaria no fato de que se alimentar nesse intervalo de tempo ajudaria a manter o metabolismo acelerado. O problema é que comer sem fome pode fazer você engordar. É fato que o nosso corpo gosta de uma certa rotina. Só que também é preciso ouvir o sinal de fome, e não comer apenas para cumprir uma regra.
O importante é tentar fazer as refeições principais (café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar) com uma boa variedade de alimentos in natura e menor quantidade de ultraprocessados. Se nesse meio tempo der fome, coma. Se não, não coma!
É melhor comer uma quantidade moderada com regularidade do que exagerar em uma das refeições e bagunçar toda a alimentação do dia.
- Carboidrato à noite engorda
Não é de hoje que o nosso pãozinho o de todos os dias é demonizado. Começou nos anos 1970, com a dieta de Robert Atkins, que colocava o carboidrato como principal causa de obesidade e estimulava o consumo de proteína e gordura.
Qualquer coisa que você comer em excesso à noite não vai ser tão bom para o organismo, porque sua digestão pode ficar mais lenta e resultar em um péssimo sono. O ideal, então, é tentar consumir, ao longo do dia, todos os grupos alimentares – sempre de forma moderada.
Lembrando que o carboidrato é uma das nossas principais fontes de energia, essencial para a realização de várias funções. Veja o exemplo dos italianos e japoneses, que comem carboidrato à noite e não são populações com grandes índices de obesidade!
- Gordura é a maior vilã do emagrecimento
Assim como o carboidrato, a gordura também foi "jogada na fogueira" há mais de 30 anos, quando os Estados Unidos iniciaram uma verdadeira guerra, inundando os mercados com produtos "no fat", "light" e "zero colesterol". Uma nova demanda surgiu: é lucrativo demonizar os alimentos.
No entanto, a gordura tem um papel importante no nosso organismo e, em quantidade moderada, pode até ser benéfica para o corpo. Além disso, ela aumenta nosso grau de saciedade. Então, se cortar toda a gordura da alimentação, provavelmente vai viver com fome.
O segredo, de novo, é o equilíbrio. E não me refiro só ao equilíbrio na quantidade, mas principalmente na qualidade – dê preferência à gordura vinda de produtos menos processados, como castanhas, peixes, alguns laticínios e azeite de oliva.
Acreditar em mito engorda!
A preocupação exagerada com esse tipo de regra atrapalha a relação das pessoas com a comida, gera o medo dos "alimentos vilões", a busca incessante por dietas restritivas, aumentando a fome e os episódios de exagero. Trazendo também muita culpa!
Dica: reavalie suas crenças e sua alimentação como um todo. Reconecte-se com você e pare de se submeter às regras rígidas da moda. Pense bem, nosso avós faziam isso naturalmente, e sem saber nada de nutrição! Comer pode ser mais divertido se você passar a ouvir mais o seu corpo!
Bon appétit!
Sophie Deram
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