Menos telas, mais atividade! 6 dicas para vencer o sedentarismo infantil
Crianças com sobrepeso despertam na maioria dos pais e mães uma grande preocupação: afinal, o que pode estar errado na alimentação? De um modo geral, eles querem saber o que precisam proibir e cortar e que tipo de dieta aderir para que o filho aprenda a comer melhor e, assim, emagreça.
Eu nunca recomendo dieta restritiva, porque, como indica o nome desse blog, minha linha de trabalho é "sem neura". O que eu geralmente trabalho é o comportamento diante da comida, que, muitas vezes, é o principal responsável pelo desequilíbrio no peso.
Só que além disso eu busco entender o estilo de vida dessas crianças. E hoje, infelizmente, vejo que o sedentarismo entre os pequenos está aumentando demais. E é compreensível: são muitas as razões que contribuem para uma vida menos ativa.
Em primeiro lugar tem o fator segurança. As ruas são perigosas e as crianças já não podem sair e correr livremente, como antigamente. Dentro de casa, além de seguro, tem muitos atrativos, não é mesmo?
Televisão, celular, tablet, videogame, computador…enfim, telas e mais telas, que absorvem as crianças por horas a fio. São essas telas que muitas vezes distraem os pequenos enquanto os pais estão trabalhando ou cuidando de outros afazeres.
Outra boa companhia é a geladeira – enquanto estão distraídas diante dessas telinhas, podem acabar comendo de forma distraída e descontrolada, passando a perder a noção de fome e de saciedade. E chegando à mesa sem apetite para as refeições principais.
Pronto! Temos aí uma combinação de pequenos hábitos que, no longo prazo, aumentam as chances de se desenvolver ganho de peso e até obesidade. E, junto com ela, podem aparecer diversos problemas como diabetes do tipo 2, hipertensão, dificuldades respiratórias, doenças articulares; além de hiperatividade, sono de má qualidade, ansiedade, depressão ou até um comer transtornado.
Não é novidade que essa situação pode ser resolvida a partir de uma combinação já conhecida: alimentação de qualidade e vida ativa. E não, isso não tem nada a ver com fechar a boca e malhar. Eu sou à favor de propagar uma mensagem mais positiva, e convido você, que está enfrentando uma situação parecida com a que acabo de descrever, a fazer o mesmo.
Vamos incentivar nossas crianças a serem mais ativas, mas sem sofrimento? É possível incluir hábitos saudáveis com leveza e sem pressão. Dessa forma, é mais fácil levar este estilo de vida para a vida adulta!
Veja 6 dicas para tirar a criançada do sedentarismo
- Atividade física tem que ser gostosa
Essa dica vale não só para as crianças, mas para adultos também. Quantas pessoas se inscrevem na academia ou em um curso qualquer com o único objetivo de emagrecer mas, quando percebem que não sentem prazer naquilo, acabam desanimando e desistindo? Com as crianças é a mesma coisa!
E assim como existem crianças completamente sedentárias, vejo também o extremo oposto – pais preocupadíssimos com o peso dos filhos que saem matriculando os pequenos em muitas atividades. É judô, natação, tênis…tantas obrigações. Cadê o tempinho pra descansar? Pra relaxar e brincar, sem pensar em nada?
Então, o ideal é perguntar ao seu filho o que ele gosta de fazer. Lutar? Nadar? Correr? Pular? Praticar esportes? De acordo com a resposta, você pode achar uma atividade mais condizente à personalidade dele, e, assim, ele terá duplo benefício: vai mexer o corpo e ficar contente em poder fazer algo que realmente gosta e se identifica.
- Bora brincar!
Brincar é saudável! É preciso resgatar esse hábito entre as nossas crianças. Sempre que possível, encaixe na rotina momentos em que a criança possa correr livremente e gastar um pouco de energia. Isso é bom para o corpo e também para a mente, pois melhora a capacidade para se relacionar com outras crianças e outras habilidades cognitivas que ele vai levar para a vida toda.
- Em comunidade, somos mais fortes
Eu sei que existe o fator "violência", como citei no início do texto. Uma boa alternativa é tentar organizar grupos de apoio, afinal, está todo mundo no mesmo barco. Por exemplo, se você mora num condomínio, pode tentar combinar com outros pais algumas atividades durante a semana, dentro do próprio prédio. Vocês podem se revezar, assim, um ajuda o outro.
Também dá para procurar clubes, centros comunitários e outros locais que ofereçam uma segurança maior e o seu filho possa brincar livre sem que você fique preocupado.
- Andar mais a pé
Sempre que possível, ande a pé com o seu filho. Em alguns casos, dá para ir à escola, à padaria, ao supermercado…mesmo que for uma distância curta, já é uma forma de incluir esse hábito na rotina.
- Exemplo é bom e as crianças adoram
Assim como o exemplo na alimentação é tudo (não adianta exigir que o filho coma salada se você não come), atividade física é a mesma coisa. As crianças se sentem mais motivadas para fazer atividades físicas quando os pais são ativos, então, que tal rever o estilo de vida da família como um todo?
- Tem hora pra tudo. Até pras telinhas
Hoje em dia é praticamente impossível tirar os pequenos das telas. O que eu recomendo para as mães e pais que me procuram é colocar alguns limites. Pode brincar no celular, no tablet ou em qualquer outro aparelho eletrônico. Mas precisa se mexer também! Com equilíbrio, tudo pode.
Qual é a frequência ideal?
Cito aqui alguns números da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para que os pais e mães tenham uma noção do que é considerada uma frequência de atividade física saudável.
Bebês com menos de dois anos de idade já precisam ser incentivados a serem ativos, várias vezes ao dia, mesmo que por curto períodos. Já para as crianças de 3 a 5 anos de idade, o ideal é acumular ao menos 180 minutos (3h) de atividade física de qualquer intensidade, todos os dias. Nessa fase, é legal intercalar modalidades que também estimulem a coordenação motora.
A partir dos 6 até os 19 anos, a SBP recomenda pelo menos uma hora de atividade física diária moderada e vigorosa, ou seja, aquelas que fazem a respiração acelerar e o coração bater mais rápido.
Independente destes números, é preciso entender a atividade física como parte da rotina, como algo natural e agradável, e não como um sofrimento. Dessa forma, não será vista como uma obrigação, e sim como mais uma tarefa diária que garantirá, no longo prazo, um bem-estar geral e, sobretudo, um bom equilíbrio entre a saúde do corpo e da mente.
Sophie Deram
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